Cristina Cabral
Cristina Maria do Valle Cabral, 23 de fevereiro de 1953, Rio de Janeiro, R.J.
1977 a 1993 -
Cristina Maria Cabral Schroeder, nome de casada, nos programas, Cristina
Schroeder.
Iniciei meus
estudos de ballet no colégio que cursava o primário, Instituto Braga Carneiro
na Tijuca com Slava Goulenka minha primeira professora. Formada pela Escola Estadual de Danças Maria
Olenewa (EEDMO), em 1970.
Graduada em
Fisioterapia pela Escola de Reabilitação do Rio de Janeiro – ABBR, 1973. Estudante do Benesh Institute de Londres, de
1981 a 1982, estagiou na Royal Ballet com Mônica Parker, diretora do Institute,
tendo Rudolf Nureyev dançando, Prodigal Son/Sregey Prokofiev/George Balanchine,
remontagem John Teras. Formou em 1985, depois de trabalhar dois anos como
coreóloga no Theatro Municipal do Rio de janeiro, recebeu seu A.I.Coreologia (Associate
Member of the Institute, Number 102) em 1987.
Pós-graduada
em Terapias Corporais-Fundamentos Teóricos em 2002, pelo Instituto Brasileiro
de Medicina e Reabilitação, apresentando a monografia: Dança, Expressão e Ritmo
com Análise das Caminhadas dos Bailarinos pelo Sistema Benesh Movement Notation.
Meus mestres no Brasil: os
professores da EEDMO de 1963, D. Consuelo Rios (primeiro ano), Cecília
Wainstock, Lydia Costallat (Dança Espanhola), Rennée Wells, Tamara Cappeler,
Lourdes Bastos (Dança Moderna), Clara Semeles e Maria de Lourdes Grandi (Ritmoplastia),
Mercedes Batista (Danças Primitivas), Elsa Chaise (A Dança no Teatro Brasileiro),
até 1970 (formatura) Prof. Reginaldo Vaz.
Professores de cursos particulares de Ballet Classico: Consuelo Rios, Eric Valdo, Gerry Maretzky , Tatiana Leskova e Curso
completo Royal Academy of Dance.
De 1993 a
2010, Professores de Dança Espanhola e Flamenca: Mabel Martin, Alberto Turina,
Arianne Dutra, Eliane Carvalho e Tereza Canário. Curso com Fábio Rodrigues.
Cursos de
Dança Flamenca com professores espanhóis: Domingo Ortega, Pol Vaqueiro, Natália
Meiriño, Inmaculada Ortega e Manuel Liña.
PROFESSORES NO EXTERIOR:
Em 1976, 1980
e 1981 - John O’Brien, Pineapple Studio
em Londres.
2011, 2014,
2015 e 2016, Aulas de dança espanhola e flamenca no estúdio ‘Amor de Deus’ em
Madri.
Entrou para a
Cia em 1974. Sempre sonhei em dançar no Theatro em que trabalho. Quando era
pequena minha mãe me mostrou o Theatro Municipal do Rio de Janeiro – Este é o
lugar onde as bailarinas dançam, falou para mim. Quando voltamos a passar por
lá, perguntei – É aqui que eu vou dançar? Esticando o bracinho e apontando.
Mamãe ficou sem saber o que responder. Nesta época morávamos em Volta Redonda e
achava ser um sonho impossível.
Onze anos
depois (1963), dançando na festa de encerramento da EEDMO no Theatro Municipal
do Rio de Janeiro, mamãe se emocionou, o sonho se tornando possível.
ROTINA DE TRABALHO
Nossa rotina
de trabalho com aulas e ensaios. Aula das nove horas até às dez e meia, ensaios
até às catorze horas. Com a mudança para Fundação Theatro Municipal, aumentaram
os salários e a carga horária. A aula começava às dez horas terminando às onze
e meia e os ensaios até às dezessete horas. Depois tiramos a hora do almoço e
passamos a trabalhar das dez horas até às dezesseis horas.
Quando
estávamos em temporada nosso horário de aula passava para tarde, depois
preparação para a apresentação e o espetáculo.
PERIODOS MELHORES E PIORES
O período
melhor foi quando dancei o solo no Ballet, Triunfo de Afroidite, coreografia de
Milko Sparemblek, musica de Carl Orff, remontagem Jean-Marie Dubrul, no papel
da irmã. Senti um enorme prazer de dançar, a música e o canto contribuíram para
que eu percebesse que estava entrando em outra sintonia, estréia em 1978.
No Ballet
Petrouchka, música de Igor Strawisnsky, libreto de Alexandre Benois,
coreografia de Michel Fokine, remontagem de Yurek Lazowsky, senti uma enorme
alegria ao dançar uma das duas ciganas.
Na época que
remontei Concerto/S.Prokofieff/ Rodrigo Perdeneiras, trabalhei com todas as
estrelas da companhia, que eu tanto admirava: Ana Botafogo, Auea Hammerli,
Bettyna Dalcanale, Cecília Kerche, Francisco Timbó, Nora Esteves, Norma Pina,
Marcelo Misailidis, Helio Bejani e outros bailarinos. Os ensaios eram muito
proveitosos, pois eles queriam dançar o Ballet e trabalhavam com satisfação, me
tratavam com muito carinho e profissionalismo.
As dificuldades
fazem parte, sempre vejo tudo com muito otimismo, as lutas nos tornam mais
fortes.
Fiquei muito
triste quando destruíram nossa sala de aula no Theatro Municipal do Rio de
Janeiro nos anos 70. Fomos para o Copaleme, depois para o Teatro Vila Lobos,
EEDMO e finalmente o prédio Anexo quando ficou pronto. Tivemos muito problemas
com o chão, nossa antiga sala, ele era perfeito e não usávamos linóleo.
CURIOSIDADES
Assim que
entrei para o Corpo de Baile, ficava encantada de ver a bailarina Ruth Lima,
entrando como uma rainha na sala para fazer aula, usando um robe jogado nas
costas, comprido até o chão.
Eu dançava no
Corpo de Baile de Gisele, a bailarina Marly Rio Doce, teve contratura de
panturrilha, depois de cruzar o palco em pas de bourre courri, ela chorava de
dor, fiz um alongamento com massagem para relaxar o músculo, ela conseguiu
dançar sem problemas.
1977 – Prestando
um segundo exame, agora para Fundação Theatro Municipal do Rio de Janeiro, numa
aula que começa nas pontas com Jorge Garcia, tinha dado uma topada na noite
anterior, ferindo uns dos dedos do pé, a bailarina Jacy França me ensinou a
colocar um pedacinho de bife com xilocaina na ferida aberta. Fiz o exame nas pontas, fui aprovada, enquanto
executava os passos da prova, só pensava em subir no sapato de ponta, como se
tivesse alguém me levantando, para não sentir o peso do corpo.
1978 –
Dançando Logo dos Cisnes, tendo Odette-Odile Ghislaine Thesmar e Príncipe
Siegfried Michael Denard, na hora que o príncipe terminou seu o tour en l’air
duplo, o chão do palco desceu, ele manteve a quinta posição, o que segurou foi
o linóleo. Nesta versão, o Corpo de Baile tinha duas filas de cada lado, de
duas bailarinas, emoldurando o palco nas laterais, eu e Inês Schlobach fazíamos
par, Inês estava no terceiro mês de gestação, ela ainda não tinha avisado a
direção. Eu ficava duplamente preocupada. Rafaela nasceu 27 de novembro 1978,
Dia de N. Senhora Das Graças da Medalha Milagrosa.
1979 - Fui
chamada para substituir uma bailarina em Magnificat/Bath/Oscar Araiz, poucas
horas antes do espetáculo, não tinha ensaiado, tinha só assistido os ensaios.
Irene Orazen fez um ensaio comigo sozinha na Sala Versátil, sem música.
Começava com doze casais, Anima Mea. Foi uma sensação de muita adrenalina, entrar
em cena sem saber direito a coreografia. Meu partner, Flávio Sampaio, ia
soprano os passos, me deixei ser conduzida por ele, deu tudo certo e ainda fui
elogiada pela diretora, Tatiana Leskova, que ficou surpresa como o meu
desempenho em ‘ballets neoclássicos’.
1985 - Em La
Fille Mal Gardée/Herald/Sir Frederick Ashton. Dennis Gray se aprimorando para
dançar o papel de Madame Simone, queria fazer perfeito, se certificando sempre,
se era isto que estava escrito. Mr. Desmond Doyle, nosso Maître de Ballet,
interpretando, Thomas, O Fazendeiro, um profissional exemplar, cauteloso e
muito musical com as contagens, sempre me tratou como muito carinho, escrevendo
uma carta de reconhecimento do meu trabalho. Nosso saudoso e querido Alberto
Romeiro, também no papel de Madame Simone, foi meu partner em Triunfo de Afroidite.
Ana Botafogo
brilhou no papel de Lise, Bettyna Dalcanele e Carla Silva também eram
impecáveis. Jean Yves Lormeau, Etoile da Ópera de Paris no papel de Colas tendo
também para o papel, Fernando Mendes e Francisco Timbó. A companhia dançou lindamente gostaria de
citar todos.
Dez anos
depois participei remontando o mesmo Ballet, tendo no papel de Lise as estrelas
da companhia, Ana Botafogo e Bettina Dalcanale
e pela primeira vez Tereza Augusta, trabalhando com grande dedicação. La
Fille Mal Gardée, obra prima de Sir Frederick Ashton.
Na remontagem
de Lago dos Cisnes/P.T. Tchaikowsky/ Eugênia Feodorova, ensaiando o II ATO
junto com Dona Eugênia e Sônia Villela, minha aluna do curso de coreologia pelo
método BMN em 1998. Já estávamos nos últimos minutos do ensaio e surgiu uma
dúvida. Soninha me perguntou e pediu para eu olhar no score (partitura de
dança), comecei a ler e mostrar o trecho que achava que era a dúvida dos
bailarinos, mas Soninha logo me interrompeu, dizendo: não Cristina, vira a
folha. Então eu virei à folha e dúvida foi tirada sem problemas.
1974 –
Participei com bailarina na primeira montagem de Quebra Nozes/Tchaikosvky/Dalal
Achcar.
Minhas apresentações como bailarina do Corpo de Baile
do TMRJ.
Como
estagiária em 1972, dancei no Corpo de Baile de Gisele/Adolphe Adam/Jules
Perrot, Jean Coralli em nova montagem de Tatiana Leskova.
Obs: Ordem
dos nomes: Ballet/Música/Coreógrafo.
1974 - Romeo
e Julieta/Sergio Prokofieff/Oscar Araiz. Assessora Artística Tatiana Leskova. Dancei
no Corpo de Baile.
1974 –
Inauguração da Concha Acústica de UEG, atual UERJ - Maracatu “Alegria e Glória
de um Povo” / Percussão,coreografia e mise em scène, Johnny Franklin. Dançava
as Mucamas.
1974 – Descobrimento
do Brasil/Heitor Villa Lobos/Tatiana Leskova. - Dançava, As Carpideiras e As Índias.
1977 –
Maracatu/Música do Folclore Brasileiro/Johnny Franklin. Dançava as Mucamas.
1978 – Logo
dos Cisnes/ Pyotr Ilyich Tchaikovsky/D’après Petita- Ivanov, coreografia Jorge
Garcia. Dançava no Corpo de Baile.
1979 –
Giselle/Adolphe Adam/D’après Coralli-Perrot, coreografia Jorge Garcia. Dançava
no Corpo de Baile.
1979 –
Paquita/Ludwig Minkus/Jorge Garcia. Dançava no Corpo de Baile.
1978 e 1979 -
Triunfo de Afroidite/Carl Orff/Milko Spremblek, remontagem Jean-Marie Dubrul,
assistemte de ensaio Emílio Martins. No papel da irmã como solista.
1979 - Petrouchka/Igor
Strawinsky/Michel Fokine, remontagem sob a supervisão pessoal de Yurek
Lazowsky. Solo, uma das duas ciganas.
1979 - Magnificat/
J.Sebastian Bath/Oscar Araiz, remontagem Emílio Martins e Irene Orazem. Dancei:
Magnificat Anima Mea, doze casais, Fecit
Potentiam, oito moças e o Gloria todo elenco.
1980 –
Catulli Carmina/Carl Orff/Renato Magalhães, assistente de ensaios Emílio
Martins. Ballet inspirado nos versos do poeta Catullus Caius Valerius. Dançava,
Os jovens.- Micaretas/McCoy Tyner,
Gismont, Paterson, Steve Reich, Third Ear Band/Victor Navarro. Coreografia inspirada em aspectos do comportamento humano. O homem
com seu misticismo e poder; com suas ilusões e alucinações. Dancei no Corpo de
Baile.
1980 – Um
programa: Os Olhos de Degas/Claude Debussy/Jean-Marie Dubrul. Dançava no Corpo
de Baile. - Sarau de Sinhá/Aloísio Alencar Pinto/Dennis Gray. Dançava no Corpo
de Baile.
Outro
programa: Amostragem/Antonio Vivaldi/Ceme Jambay. Dançava um pequeno solo, no
quinto movimento e no corpo debaile.
Quincas Berro D’Água/Francisco Mignome/Giberto
Motta. Dançava uma das três prostitutas da segunda cena.
1980 –
Trechos do Ballet ”Sarau de Sinha”/A. Alencar Pinto/Dennis Gray. Libreto G.
Figueiredo.
Tive a oportunidade
de trabalhar com bailarinos de uma geração anterior, os da minha geração,
estrelas e os que se tornaram estrelas. Admirava todos sem exceção, gostaria de
falar sobre todos eles, escrevo com muito carinho todos estes nomes que fazem
parte do Mundo Mágico da Dança, vou dar destaque a nossa Bailarina Absoluta,
Bertha Rosanova e o Primeiro Bailarino Aldo Lotufo e aos Primeiros Bailarinos e
aos Solistas, quando entrei para o Corpo de Baile do TMRJ.
Desde que
voltei de Londres sempre fiz aula com a companhia, embora estivesse dispensada.
Aula de ballet é uma rotina de vida, minha alma agradece a todos os
maravilhosos professores que temos tido nesses anos no TMRJ.
Referências:
Presidentes TMRJ, Globo 18/11/2012.
De 1995 a
1999 – Emílio Kalil – 1995/1999
Dalal Achcar – 1999/2003
Ballets que foram montados na companhia.
1977 –
Variações Sinfonicas/Cesar Franck/Jorge Garcia
Grand Pas De Quatre/Cesare Pugni/Jorge GarciaCantabile/Samuel
Barber/Oscar Araiz Duo/Benedetto Marcello/Jorge
Garcia
Combate/ Raphaello De Banfield/William Dollar, remontagem Emílio
Martins. Missa/Edu Lobo/Lourdes Bastos.
1979 –
Rythmetron/Marlos Nobre/Arthur Mitchell, remontado por Dennis Gray. Concerto Em
Sol Maior/Maurice Ravel/Renato Magalhães.
1980 – O
Mandarim Maravilhoso/Béla Bartók/Milko Sparemblek, remontagem Jean-Marie
Dubrul.
COMO PROFESSORA
1976 e 1977 -
Lecionei ballet clássico para crianças no
Clube Militar no Jardim Botânico.
1976 a maio
de 1980 - Lecionei ballet moderno para adultos na Academia Yara Vaz. D Yara
costumava sentar para assistir, gostava de ver minhas coreografias que faziam
parte da aula.
1981 e 1982 –
Fazia parte do curso de coreologia no Benesh Institute em Londres, dar aulas de
ballet clássico, para nossos colegas, em sistema de rodízio.
2000 a 2003 -
Na escola “Solar Meninos de Luz” em Copacabana, participando de um trabalho
experimental de educação através da arte, dando aulas de ballet para crianças
moradoras de favelas, meninos e meninas faziam aulas. No princípio as aulas
eram por turmas, depois aulas de ballet clássico ficaram para as turmas dos
menores e posteriormente eles podiam escolher os cursos que desejavam fazer,
das muitas aulas de artes, como música, teatro, canto, artes plásticas e
outros. Na festa de final de ano de 2003, participei dançando junto com as
crianças e convidei a bailarina solista do TMRJ, Ana Luiza Teixeira. A diretora
Yolanda Maltarolli ficou muito satisfeita com a apresentação.
No Workshop
Rodrigo Moreira em 2006, primeiro no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, participei
como bailarina, e coreógrafa com dois trabalhos:
1 -“Os Dons”
músicas de Itajara Dias. Bailarinos: Adriana Duarte, Ana Luíza Teixeira, Débora
Ribeiro, Cristiane Quintan e Carlos Cabral ----------2 -“O Sonho com o Caminho
de Santiago de Compostela” - Poema: Provérbio y Cantares: XXIX, cajon: Alejandro Gonzáles, artista convidada:
Joana Schroeder, bailaora: Cristina Cabral.---------------------------------------Música:
Miguel Ángel Berna, Alberto Artigas e Miguel Ángel Fraile. Bailarinos: Cristina
Cabral, Adriana Duarte, Débora Ribeiro e Edifrank Alves.
Como se tratava de um Workshop, os coreógrafos
responsáveis convidavam os bailarinos para dançarem suas coreografias, eles decidiam
se queriam ou não dançar. Meu agradecimento de coração a todos os participantes
do Workshop.
Porque
comecei a coreografar:
Desde criança,
dançar era uma forma de me expressar, encontrei na bailarina a figura que eu me
identificava, elas caminhavam juntas dentro de mim. Quando me formei pela EEDMO
abriram-se muitas portas para eu buscar aquilo que procurava, estava preparada
para enfrentar os desafios para transforma-me em uma bailarina profissional. Chegando
a solista do Corpo de Baile do Theatro Municipal do Rio de Janeiro experimentei
algo diferente dentro de mim, a criança voltou a se manifestar com mais força,
podia me soltar. A coreologia me deu mais estrutura e segurança, quando estudei
BMN, fiquei tão impressionada com os detalhes que precisavam ser escritos, me
parecia que o BMN, tinha sido criado antes da dança. Realizei algumas
remontagens dentro do Theatro Municipal do Rio de janeiro, de Ballets escritos
por mim ou com partituras de colegas. Estes trabalhos vieram a dar sentido a
todo estudo feito desde 1981. Quando se remonta um Ballet, o coreólogo tem que
seguir fielmente o coreógrafo, perceber o estilo e intenção que ele quer dar a
cada passo, respeitar sua maneira de contar a música. É um trabalho de muita
responsabilidade, pois estamos envolvidos com a criação de outra pessoa.
Geralmente os
professores fazem coreografias para as alunas dançarem em festas do final de
ano, isto aconteceu comigo quando dei aulas de ballet, mas foi pensando nos
problemas do nosso cotidiano, que desenvolvi um processo criativo com mais
conhecimento, comecei também a escrever em BMN minhas coreografias. 15 - Sim.
Destacando os seguintes trabalhos: ordem dos nomes – Ballet/Autor da Musica/Coreografo
1985 - remontei
junto com Emílio Martins o Ballet La File Mal Gardée/Herold/ Sir Frederick
Ashton. A partitura do Ballet veio de Benesh Institute de Londres.------- Em
1995 remontei o mesmo Ballet junto com Alexandre Grant, Emílio Martins e Faith
Worth.
1985 e 1986 -
Trabalhei na remontagem do Ballet Gabriela, junto com o coreógrafo Gilberto
Motta, música de Edu Lobo, inspirado no livro de Jorge Amado do mesmo nome,
tinha trabalhado na montagem em 1983, nesta época estava grávida da minha filha,
Joana.--- obs: Escrevi em Master
Copy 20’ do Ballet Gabriela, enviei para o Benesh Institute de Londres com
autorização do coreógrafo e foi aprovado
como meu projeto. Inscrito no Catálogo Internacional 1955 a 1985 dos ballets
escritos em BMN. Trecho do Ballet publicado na minha monografia do IBMR, 2002.
1988 - Remontagem
do Ballet Concerto/ Prokofieff/ Rodrigo Pederneiras, no Theatro Municipal do
Rio de janeiro, 1989 em Belo Horizonte, XXI Festival de Inverno UFMG e 1992 no
X Festival de Joinville. Registrado em Master Copy no Benesh Institute de Londres com autorização
do coreógrafo. A TV educativa fez uma entrevista durante a remontagem, explicando
e mostrando a partitura de ballet. Cecília Kerche e Paulo Rodrigues falam das
vantagens de ter um ballet escrito em BMN. A estréia do Ballet foi em 1986,
trabalhei junto com o coreógrafo na montagem, levei mais ou menos um ano para
escrever em Master Copy o Ballet. Tive a oportunidade na direção de Tatiana
Leskova de remontar. Pela primeira vez na história da Dança do Theatro Municipal
do Rio de janeiro, uma bailarina brasileira escreve em Benesh Movement
Notation, remonta e ensaia um Ballet completo de um coreógrafo também
brasileiro que veio se tornar conhecido internacionalmente com sua famosa
companhia de dança – Grupo Corpo. Trecho do Ballet publicado na minha
monografia do IBMR, 2002. Obs: na época não tínhamos vídeo para dar apoio aos
ensaios nas salas.
2000 -
Capricho/Niccolo Paganini/ Tíndaro Silvano. Trabalhei com o coreógrafo na
montagem, escrevi em BMN, para auxiliar o preparo de um novo cast nos ensaios
com Slawa Muchmedow e Boris Storojkov, apresentado XI Congresso de Oftalmologia
do Rio de Janeiro e no Aniversário do Theatro Municipal e no Teatro Municipal
de Petrópolis.
Porque
comecei a remontar ballets:
1980 - Tirei
uma licença sem vencimentos para acompanhar marido, fomos morar em Londres. Vi
um anuncio no metrô do curso de coreologia, achei interessantíssimo, Tom
Macarthur, Technical Director da Royal Ballet, me estimulou a estudar este
método de escrita da dança, comecei a tomar as providências necessárias, depois
de um ano ganhei uma bolsa de estudos do CNPQ para cursar o Benesh Institute of
Choreology e para minha surpresa fiquei grávida do meu primeiro filho, Bruno. Ele
nasceu no break da Páscoa, não perdi aula, não podia, não ia conseguir
continuar o curso, todo o raciocínio era em cadeia. Minha mãe passou seis meses
comigo em Londres para me ajudar com o recém-nascido. “Que Nossa Senhora das
Graças proteja todas as mães”. Retornando em 1983, trabalhei como assistente da
coreóloga Faith Worth na remontagem de La fille Mal Guardée/ Herold/Sir
Frederick Ashton, libreto de Jean Dauber Val. Algum tempo depois fui convidada
a mudar de função de bailarina para coreóloga do Theatro Municipal do Rio de Janeiro,
onde permaneço até presente data, escrevendo, ajudando nos ensaios nas
montagens e remontagens dos ballets.
Algumas
participaçães significativas em montagens e remontagens de Ballets:
1984 - Ópera
Orfeu/ G.W.Gluck/Vicente Nebrada, inscrito no Catálogo Internacional dos ballet
escritos em BMN 1955 a 1985, e trecho do ballet publicado na minha monografia
do IBMR, 2002.
1984 - Gisele/Adolphe
Adam/M.Petipa/produção Peter Wright, libreto Theophile Gautier e Vernoy de St.
Georges remontado por Debora Champman, 1989 Dennis Bonner ambos coreólogos. Em
1994,1999 e 2000, remontagem de Maria Luíza Noronha, Mise em Scène, Desmond
Kelly. Participando dos ensaios.
1985 até a
presente data, Ballet Quebra Nozes/ Tchaikosvsky/ grande sucesso da coreógrafa
Dalal Achcar, remontagem Maria Luiza Noronha. Inscrito no Catálogo
Internacional dos balltes escritos em BMN, 1955 a 1985. Trecho do ballet
publicado na minha monografia do IBMR, 2002.
1987 - Ballet
Triunfo de Afroidite/Carl Orff/ Milko Sparembleck, participação da remontagem
de Jean-Marie Dubrul, com anotações próprias e desenhos que fiz logo depois que
dancei em 1978.
1988 – O Logo
dos Cisnes/P.T.Tchaikowsky/Petita, Ivanov. Adaptação e montagem Eugênia Feodorova:
Anotações em BMN, corpo de baile e solistas do II ATO e IV ATO, ajudei junto
com Sônia Villela a remontagem de D. Eugênia em 2003. Trecho do Ballet
publicado na minha monografia do IBMR, 2002.
1989 - Quebra
Nozes/ Tchaikosvsky/Tatiana Leskova, participando dos ensaios.
1990 - La Sylphide/Jean-Madeleine Schneitzhoeffer/Pierre Lacote. 1997 e 1998 remontado por Elisabeth Platel, escrevi o II Ato,
participando dos ensaios.
1990 –
Combate/ Rafaello de Banfield/Willian Dollar, remontagem Tatiana Leskova. Fazendo
anotações nos ensaios.
1993 - 1999 -
Coppélia/Léo Delibes/Henrique Martinez, escrevi para ajudar nos ensaios da
Mazurka e Czardas. Trecho do Ballet publicado na minha monografia do IBMR, 2002.
1993 - Messias/
Haendel/Gilberto Motta, trabalhei com o coreógrafo.
1996 - Napoli/Paulli/Bournonville
remontado por Jaques Namont, escrevi Pas de Six, --1998, participando dos ensaios com Sonia
Villela.
1997 - Lago
dos Cisnes/Piotr Ilich Tchaikovsky, adaptação e remontagem Jean Yves Lormeau.
1997 - O diretor
Jean Yves Lormeau, agradeceu a participação junto com o Corpo de Baile aos
ensaios do Ballet Le Sacre du Printemp/Igor Stravinsky/Vaslav Nijinshy, libreto
Nicolas Roerich (1874-1947) reconstruído em 1996 por Millicent Hodson,
participei ativamente anotando as contagens e alguns passos, também traduzindo
as explicações maravilhosas de
Millicent, recebendo agradecimentos por escrito da mesma.
1998 - Jeune
homme/Amadeus Mozart/Uwe Scholz, escrito e remontado pela coreóloga Tatyana
Thierbach. Ana Botafogo estava escalada para dançar Jeune homme e me avisou que
Tatjana era coreóloga, me apresentei a ela e comecei a acompanhar os ensaios.
Tatjana deixou seu score (partitura de dança) comigo, porque teria que viajar e
queria que eu ficasse com Uwe nos ensaios. Num ensaio, ele me chamou para
lembrar comigo o lado que a bailarina girava com movimentos de corpo enquanto o
bailarino executava o promenade, foi uma experiência bem emocionante. Em 1999 e
2000, ensaiei usando a partitura da colega.
1998 -
Magnificat/Bach/Oscar Araiz, assistente Mario Galizzi
1998 – Les
Présage/Tchaikowsky/Léonide Massine, reconstrução coreográfica e remontagem
Tatiana Leskova, coreóloga, assistente de remontagem Maline Thoors.
2000 - Bela
Adormecida/Tchaikovsky/Jean Yves Lormeau com base em Marius Petita, conto de
Charles Perrault e gravuras de Gustave Doré, remontado por Jaroslav Slavick e
Katerina Slavie, fiz anotações das Dríades para auxiliar nos ensaios com Sônia
Villela.
2000 -
Nuestros Valses/Teresa Carreño/Vicente Nebrada, remontado por Alfredo Garcia,
fiz anotações, participando dos ensaios com Slava Muchanedow e Irene Orazen.
2001 – Lago
dos Cines/Piotr Ilich Tchaikovsky/Natalia Makarova, D’Après Petipa e Ivanov. Assistente,
Olga Evreinoff, coreóloga Lyn Vella Gatt, pequena participação nos ensaios,
trecho do IV ATO criado pela coreógrafa, anotado por mim em BMN, servindo de
material de consulta.
2002 – Romeu
e Julieta/ Serghei Prokofiev/Vladimir Vasiliev. O drama de Shakespeare, regida
pelo lendário maestro, Mstislav Rostropovitch. O Diretor Gustavo Mollajoli,
convidou, eu e Boris Storojkov para iniciarmos os ensaios com o corpo de baile,
com auxílio de um vídeo, fiz anotações para o trabalho.
2003 – Onegin/Piotr Ilich Tchaikovsky/John Cranko. Ballet criado para nossa querida bailarina Márcia Haydée, que vem
sempre acompanhar as remontagens passando seu enorme aprendizado e experiência.
Remontagem Jane Bourne e Richard Cragun. Trabalhei com a Jane( coreóloga),
traduzindo o inglês, quando era solicitada.
2005 –
Criação/Joseph Haydn/Uwe Scholz, foi montado pela primeira pela
coreóloga,Tatjana Thierbach, no TMRJ.-----2006 - Eu, Gisele Santoro, Manoel
Francisco e nossos ensaiadores, retornamos os ensaios de Criação para o
Festival de Dança de Joinville. Tenho uma grande admiração por Tatjana
Thierbach, trabalhei na montagem com ela e considero minha irmã alemã.
2010 – Ópera Romeo e Julieta/Charles Gounod/
Dani Hu, Eric Frederic e Vassili Sulich. - Direção Cênica e Concepção
Cenográfica Carla Camurati. --------Participando do elenco com os bailarinos do
TMRJ e Companhia Jovem de Ballet do Rio de janeiro e EEDMO.
2011 – Ópera
Tosca/Giacomo Puccini/Dani Hu e Vassili Sulich/Direção Cênica: Carla Camurati. Participando
do elenco cênico, representando três beatas, com as colegas, Margarida Matheus
e Shrirley Pereira.
A EEDMO é por
sua excelência, formador de profissicionais de dança de grande categoria, como ex-aluna
da escola e coreóloga do TMRJ, venho dando aulas de coreologia com apoio de
professores e diretores, conhecimento este, que acredito estimula um estudo e
entendimento maior desde uma aula de ballet, solo, pas de deux..., corpo de
baile, ensaios, coreografias, montagens e remontagens.
Palestras,
aulas e publicações sobre Coreologia pelo método Benesh Movement Notation.
De 2009 até a
presente data, tenho sido convidada pela professora Beth Oliosi com aprovação
da diretora Maria Luiza Noronha, para dar aulas, apresentando a Coreologia pelo
método BMN para os alunos da EEDMO. Os alunos se interessam e apreciam muito o
método de escrita de dança.
(Rio de
Janeiro, 23 de junho de 2016)
Quero
agradecer a Elid e Enamar por ter a oportunidade de falar sobre o meu trabalho.
Também quero agradecer a minha família, amigos, alunos, colegas bailarinos,
professores, ensaiadores, remontadores, maîtres de ballet, coreólogos,
coreógrafos, figurinistas, costureiras, maquiadores, perucaria, camareiras,
profissionais da área da saúde, porteiros, escritores, compositores, maestros,
músicos, cantores, cenógrafos, iluminadores, profissionais ligados ao palco,
fotógrafos, cineastas, apoiadores, empresários, patrocinadores, diretores,
governadores, presidentes, a todos os profissionais que trabalharam e trabalham
no Theatro Municipal do Rio de Janeiro direto ou indiretamente, ao público,
EEDMO, ABBR, CMPQ, Instituto de Coreologia BMN, IBMR, UNIRIO e a Deus, que
protege todos nós.
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