Cristina Cabral

Cristina Cabral



Cristina Maria do Valle Cabral, 23 de fevereiro de 1953, Rio de Janeiro, R.J.

1977 a 1993 - Cristina Maria Cabral Schroeder, nome de casada, nos programas, Cristina Schroeder.

Iniciei meus estudos de ballet no colégio que cursava o primário, Instituto Braga Carneiro na Tijuca com Slava Goulenka minha primeira professora.  Formada pela Escola Estadual de Danças Maria Olenewa (EEDMO), em 1970.
              
Graduada em Fisioterapia pela Escola de Reabilitação do Rio de Janeiro – ABBR, 1973.  Estudante do Benesh Institute de Londres, de 1981 a 1982, estagiou na Royal Ballet com Mônica Parker, diretora do Institute, tendo Rudolf Nureyev dançando, Prodigal Son/Sregey Prokofiev/George Balanchine, remontagem John Teras. Formou em 1985, depois de trabalhar dois anos como coreóloga no Theatro Municipal do Rio de janeiro, recebeu seu A.I.Coreologia (Associate Member of the Institute, Number 102) em 1987.                                                                               
Pós-graduada em Terapias Corporais-Fundamentos Teóricos em 2002, pelo Instituto Brasileiro de Medicina e Reabilitação, apresentando a monografia: Dança, Expressão e Ritmo com Análise das Caminhadas dos Bailarinos pelo Sistema Benesh Movement  Notation.

Meus mestres no Brasil: os professores da EEDMO de 1963, D. Consuelo Rios (primeiro ano), Cecília Wainstock, Lydia Costallat (Dança Espanhola), Rennée Wells, Tamara Cappeler, Lourdes Bastos (Dança Moderna), Clara Semeles e Maria de Lourdes Grandi (Ritmoplastia), Mercedes Batista (Danças Primitivas), Elsa Chaise (A Dança no Teatro Brasileiro), até 1970 (formatura) Prof. Reginaldo Vaz.

Professores de cursos particulares de Ballet Classico: Consuelo Rios, Eric Valdo, Gerry Maretzky , Tatiana Leskova e Curso completo Royal Academy of Dance. 
De 1993 a 2010, Professores de Dança Espanhola e Flamenca: Mabel Martin, Alberto Turina, Arianne Dutra, Eliane Carvalho e Tereza Canário. Curso com Fábio Rodrigues.
Cursos de Dança Flamenca com professores espanhóis: Domingo Ortega, Pol Vaqueiro, Natália Meiriño, Inmaculada Ortega e Manuel Liña.  
                                                                                                                                                                                                                                          
PROFESSORES NO EXTERIOR:
Em 1976, 1980 e 1981 - John O’Brien,  Pineapple Studio em Londres.
2011, 2014, 2015 e 2016, Aulas de dança espanhola e flamenca no estúdio ‘Amor de Deus’ em Madri.
Entrou para a Cia em 1974. Sempre sonhei em dançar no Theatro em que trabalho. Quando era pequena minha mãe me mostrou o Theatro Municipal do Rio de Janeiro – Este é o lugar onde as bailarinas dançam, falou para mim. Quando voltamos a passar por lá, perguntei – É aqui que eu vou dançar? Esticando o bracinho e apontando. Mamãe ficou sem saber o que responder. Nesta época morávamos em Volta Redonda e achava ser um sonho impossível.
Onze anos depois (1963), dançando na festa de encerramento da EEDMO no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, mamãe se emocionou, o sonho se tornando possível.

ROTINA DE TRABALHO
Nossa rotina de trabalho com aulas e ensaios. Aula das nove horas até às dez e meia, ensaios até às catorze horas. Com a mudança para Fundação Theatro Municipal, aumentaram os salários e a carga horária. A aula começava às dez horas terminando às onze e meia e os ensaios até às dezessete horas. Depois tiramos a hora do almoço e passamos a trabalhar das dez horas até às dezesseis horas.
Quando estávamos em temporada nosso horário de aula passava para tarde, depois preparação para a apresentação e o espetáculo.

PERIODOS MELHORES E PIORES
O período melhor foi quando dancei o solo no Ballet, Triunfo de Afroidite, coreografia de Milko Sparemblek, musica de Carl Orff, remontagem Jean-Marie Dubrul, no papel da irmã. Senti um enorme prazer de dançar, a música e o canto contribuíram para que eu percebesse que estava entrando em outra sintonia, estréia em 1978.
No Ballet Petrouchka, música de Igor Strawisnsky, libreto de Alexandre Benois, coreografia de Michel Fokine, remontagem de Yurek Lazowsky, senti uma enorme alegria ao dançar uma das duas ciganas.   
Na época que remontei Concerto/S.Prokofieff/ Rodrigo Perdeneiras, trabalhei com todas as estrelas da companhia, que eu tanto admirava: Ana Botafogo, Auea Hammerli, Bettyna Dalcanale, Cecília Kerche, Francisco Timbó, Nora Esteves, Norma Pina, Marcelo Misailidis, Helio Bejani e outros bailarinos. Os ensaios eram muito proveitosos, pois eles queriam dançar o Ballet e trabalhavam com satisfação, me tratavam com muito carinho e profissionalismo.                                                                                                                      
As dificuldades fazem parte, sempre vejo tudo com muito otimismo, as lutas nos tornam mais fortes.
Fiquei muito triste quando destruíram nossa sala de aula no Theatro Municipal do Rio de Janeiro nos anos 70. Fomos para o Copaleme, depois para o Teatro Vila Lobos, EEDMO e finalmente o prédio Anexo quando ficou pronto. Tivemos muito problemas com o chão, nossa antiga sala, ele era perfeito e não usávamos linóleo.
  
CURIOSIDADES
Assim que entrei para o Corpo de Baile, ficava encantada de ver a bailarina Ruth Lima, entrando como uma rainha na sala para fazer aula, usando um robe jogado nas costas, comprido até o chão. 
Eu dançava no Corpo de Baile de Gisele, a bailarina Marly Rio Doce, teve contratura de panturrilha, depois de cruzar o palco em pas de bourre courri, ela chorava de dor, fiz um alongamento com massagem para relaxar o músculo, ela conseguiu dançar sem problemas.
1977 – Prestando um segundo exame, agora para Fundação Theatro Municipal do Rio de Janeiro, numa aula que começa nas pontas com Jorge Garcia, tinha dado uma topada na noite anterior, ferindo uns dos dedos do pé, a bailarina Jacy França me ensinou a colocar um pedacinho de bife com xilocaina na ferida aberta.  Fiz o exame nas pontas, fui aprovada, enquanto executava os passos da prova, só pensava em subir no sapato de ponta, como se tivesse alguém me levantando, para não sentir o peso do corpo.
1978 – Dançando Logo dos Cisnes, tendo Odette-Odile Ghislaine Thesmar e Príncipe Siegfried Michael Denard, na hora que o príncipe terminou seu o tour en l’air duplo, o chão do palco desceu, ele manteve a quinta posição, o que segurou foi o linóleo. Nesta versão, o Corpo de Baile tinha duas filas de cada lado, de duas bailarinas, emoldurando o palco nas laterais, eu e Inês Schlobach fazíamos par, Inês estava no terceiro mês de gestação, ela ainda não tinha avisado a direção. Eu ficava duplamente preocupada. Rafaela nasceu 27 de novembro 1978, Dia de N. Senhora Das Graças da Medalha Milagrosa.
1979 - Fui chamada para substituir uma bailarina em Magnificat/Bath/Oscar Araiz, poucas horas antes do espetáculo, não tinha ensaiado, tinha só assistido os ensaios. Irene Orazen fez um ensaio comigo sozinha na Sala Versátil, sem música. Começava com doze casais, Anima Mea. Foi uma sensação de muita adrenalina, entrar em cena sem saber direito a coreografia. Meu partner, Flávio Sampaio, ia soprano os passos, me deixei ser conduzida por ele, deu tudo certo e ainda fui elogiada pela diretora, Tatiana Leskova, que ficou surpresa como o meu desempenho em ‘ballets neoclássicos’.   
1985 - Em La Fille Mal Gardée/Herald/Sir Frederick Ashton. Dennis Gray se aprimorando para dançar o papel de Madame Simone, queria fazer perfeito, se certificando sempre, se era isto que estava escrito. Mr. Desmond Doyle, nosso Maître de Ballet, interpretando, Thomas, O Fazendeiro, um profissional exemplar, cauteloso e muito musical com as contagens, sempre me tratou como muito carinho, escrevendo uma carta de reconhecimento do meu trabalho. Nosso saudoso e querido Alberto Romeiro, também no papel de Madame Simone, foi meu partner em Triunfo de Afroidite.
Ana Botafogo brilhou no papel de Lise, Bettyna Dalcanele e Carla Silva também eram impecáveis. Jean Yves Lormeau, Etoile da Ópera de Paris no papel de Colas tendo também para o papel, Fernando Mendes e Francisco Timbó.  A companhia dançou lindamente gostaria de citar todos.
Dez anos depois participei remontando o mesmo Ballet, tendo no papel de Lise as estrelas da companhia, Ana Botafogo e Bettina Dalcanale  e pela primeira vez Tereza Augusta, trabalhando com grande dedicação. La Fille Mal Gardée, obra prima de Sir Frederick Ashton.
Na remontagem de Lago dos Cisnes/P.T. Tchaikowsky/ Eugênia Feodorova, ensaiando o II ATO junto com Dona Eugênia e Sônia Villela, minha aluna do curso de coreologia pelo método BMN em 1998. Já estávamos nos últimos minutos do ensaio e surgiu uma dúvida. Soninha me perguntou e pediu para eu olhar no score (partitura de dança), comecei a ler e mostrar o trecho que achava que era a dúvida dos bailarinos, mas Soninha logo me interrompeu, dizendo: não Cristina, vira a folha. Então eu virei à folha e dúvida foi tirada sem problemas.
1974 – Participei com bailarina na primeira montagem de Quebra Nozes/Tchaikosvky/Dalal Achcar.  

Minhas apresentações como bailarina do Corpo de Baile do TMRJ.
Como estagiária em 1972, dancei no Corpo de Baile de Gisele/Adolphe Adam/Jules Perrot, Jean Coralli em nova montagem de Tatiana Leskova.
Obs: Ordem dos nomes: Ballet/Música/Coreógrafo.
1974 - Romeo e Julieta/Sergio Prokofieff/Oscar Araiz. Assessora Artística Tatiana Leskova. Dancei no Corpo de Baile.
1974 – Inauguração da Concha Acústica de UEG, atual UERJ - Maracatu “Alegria e Glória de um Povo” / Percussão,coreografia e mise em scène, Johnny Franklin. Dançava as Mucamas. 
1974 – Descobrimento do Brasil/Heitor Villa Lobos/Tatiana Leskova.  - Dançava, As Carpideiras e As Índias.
1977 – Maracatu/Música do Folclore Brasileiro/Johnny Franklin. Dançava as Mucamas.
1978 – Logo dos Cisnes/ Pyotr Ilyich Tchaikovsky/D’après Petita- Ivanov, coreografia Jorge Garcia. Dançava no Corpo de Baile.
1979 – Giselle/Adolphe Adam/D’après Coralli-Perrot, coreografia Jorge Garcia. Dançava no Corpo de Baile.
1979 – Paquita/Ludwig Minkus/Jorge Garcia. Dançava no Corpo de Baile.
1978 e 1979 - Triunfo de Afroidite/Carl Orff/Milko Spremblek, remontagem Jean-Marie Dubrul, assistemte de ensaio Emílio Martins. No papel da irmã como solista.
1979 - Petrouchka/Igor Strawinsky/Michel Fokine, remontagem sob a supervisão pessoal de Yurek Lazowsky. Solo, uma das duas ciganas.                                                       
1979 - Magnificat/ J.Sebastian Bath/Oscar Araiz, remontagem Emílio Martins e Irene Orazem. Dancei: Magnificat Anima Mea, doze casais,  Fecit Potentiam, oito moças e o Gloria todo elenco.
1980 – Catulli Carmina/Carl Orff/Renato Magalhães, assistente de ensaios Emílio Martins. Ballet inspirado nos versos do poeta Catullus Caius Valerius. Dançava, Os jovens.- Micaretas/McCoy Tyner, Gismont, Paterson, Steve Reich, Third Ear Band/Victor Navarro. Coreografia inspirada em aspectos do comportamento humano. O homem com seu misticismo e poder; com suas ilusões e alucinações. Dancei no Corpo de Baile.
1980 – Um programa: Os Olhos de Degas/Claude Debussy/Jean-Marie Dubrul. Dançava no Corpo de Baile. - Sarau de Sinhá/Aloísio Alencar Pinto/Dennis Gray. Dançava no Corpo de Baile.
Outro programa: Amostragem/Antonio Vivaldi/Ceme Jambay. Dançava um pequeno solo, no quinto movimento e no corpo debaile.                                                                                                         Quincas Berro D’Água/Francisco Mignome/Giberto Motta. Dançava uma das três prostitutas da segunda cena.
1980 – Trechos do Ballet ”Sarau de Sinha”/A. Alencar Pinto/Dennis Gray. Libreto G. Figueiredo.

Tive a oportunidade de trabalhar com bailarinos de uma geração anterior, os da minha geração, estrelas e os que se tornaram estrelas. Admirava todos sem exceção, gostaria de falar sobre todos eles, escrevo com muito carinho todos estes nomes que fazem parte do Mundo Mágico da Dança, vou dar destaque a nossa Bailarina Absoluta, Bertha Rosanova e o Primeiro Bailarino Aldo Lotufo e aos Primeiros Bailarinos e aos Solistas, quando entrei para o Corpo de Baile do TMRJ.
Desde que voltei de Londres sempre fiz aula com a companhia, embora estivesse dispensada. Aula de ballet é uma rotina de vida, minha alma agradece a todos os maravilhosos professores que temos tido nesses anos no TMRJ.

Referências: Presidentes TMRJ, Globo 18/11/2012.
De 1995 a 1999 – Emílio Kalil – 1995/1999
 Dalal Achcar – 1999/2003                                                                  
 Ballets que foram montados na companhia.
1977 – Variações Sinfonicas/Cesar Franck/Jorge Garcia                                                           Grand Pas De Quatre/Cesare Pugni/Jorge GarciaCantabile/Samuel Barber/Oscar Araiz      Duo/Benedetto Marcello/Jorge Garcia                                      Combate/ Raphaello De Banfield/William Dollar, remontagem Emílio Martins. Missa/Edu Lobo/Lourdes Bastos.
1979 – Rythmetron/Marlos Nobre/Arthur Mitchell, remontado por Dennis Gray. Concerto Em Sol Maior/Maurice Ravel/Renato Magalhães.
1980 – O Mandarim Maravilhoso/Béla Bartók/Milko Sparemblek, remontagem Jean-Marie Dubrul.

COMO PROFESSORA
1976 e 1977 - Lecionei  ballet clássico para crianças no Clube Militar no Jardim Botânico.   
1976 a maio de 1980 - Lecionei ballet moderno para adultos na Academia Yara Vaz. D Yara costumava sentar para assistir, gostava de ver minhas coreografias que faziam parte da aula.
1981 e 1982 – Fazia parte do curso de coreologia no Benesh Institute em Londres, dar aulas de ballet clássico, para nossos colegas, em sistema de rodízio.
2000 a 2003 - Na escola “Solar Meninos de Luz” em Copacabana, participando de um trabalho experimental de educação através da arte, dando aulas de ballet para crianças moradoras de favelas, meninos e meninas faziam aulas. No princípio as aulas eram por turmas, depois aulas de ballet clássico ficaram para as turmas dos menores e posteriormente eles podiam escolher os cursos que desejavam fazer, das muitas aulas de artes, como música, teatro, canto, artes plásticas e outros. Na festa de final de ano de 2003, participei dançando junto com as crianças e convidei a bailarina solista do TMRJ, Ana Luiza Teixeira. A diretora Yolanda Maltarolli ficou muito satisfeita com a apresentação. 
                                                                                                                              
No Workshop Rodrigo Moreira em 2006, primeiro no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, participei como bailarina, e coreógrafa com dois trabalhos:
1 -“Os Dons” músicas de Itajara Dias. Bailarinos: Adriana Duarte, Ana Luíza Teixeira, Débora Ribeiro, Cristiane Quintan e Carlos Cabral ----------2 -“O Sonho com o Caminho de Santiago de Compostela” - Poema: Provérbio y Cantares: XXIX,  cajon: Alejandro Gonzáles, artista convidada: Joana Schroeder, bailaora: Cristina Cabral.---------------------------------------Música: Miguel Ángel Berna, Alberto Artigas e Miguel Ángel Fraile. Bailarinos: Cristina Cabral, Adriana Duarte, Débora Ribeiro e Edifrank Alves.
 Como se tratava de um Workshop, os coreógrafos responsáveis convidavam os bailarinos para dançarem suas coreografias, eles decidiam se queriam ou não dançar. Meu agradecimento de coração a todos os participantes do Workshop.

Porque comecei a coreografar:
Desde criança, dançar era uma forma de me expressar, encontrei na bailarina a figura que eu me identificava, elas caminhavam juntas dentro de mim. Quando me formei pela EEDMO abriram-se muitas portas para eu buscar aquilo que procurava, estava preparada para enfrentar os desafios para transforma-me em uma bailarina profissional. Chegando a solista do Corpo de Baile do Theatro Municipal do Rio de Janeiro experimentei algo diferente dentro de mim, a criança voltou a se manifestar com mais força, podia me soltar. A coreologia me deu mais estrutura e segurança, quando estudei BMN, fiquei tão impressionada com os detalhes que precisavam ser escritos, me parecia que o BMN, tinha sido criado antes da dança. Realizei algumas remontagens dentro do Theatro Municipal do Rio de janeiro, de Ballets escritos por mim ou com partituras de colegas. Estes trabalhos vieram a dar sentido a todo estudo feito desde 1981. Quando se remonta um Ballet, o coreólogo tem que seguir fielmente o coreógrafo, perceber o estilo e intenção que ele quer dar a cada passo, respeitar sua maneira de contar a música. É um trabalho de muita responsabilidade, pois estamos envolvidos com a criação de outra pessoa.
Geralmente os professores fazem coreografias para as alunas dançarem em festas do final de ano, isto aconteceu comigo quando dei aulas de ballet, mas foi pensando nos problemas do nosso cotidiano, que desenvolvi um processo criativo com mais conhecimento, comecei também a escrever em BMN minhas coreografias. 15 - Sim. Destacando os seguintes trabalhos: ordem dos nomes – Ballet/Autor da Musica/Coreografo
1985 - remontei junto com Emílio Martins o Ballet La File Mal Gardée/Herold/ Sir Frederick Ashton. A partitura do Ballet veio de Benesh Institute de Londres.------- Em 1995 remontei o mesmo Ballet junto com Alexandre Grant, Emílio Martins e Faith Worth.
1985 e 1986 - Trabalhei na remontagem do Ballet Gabriela, junto com o coreógrafo Gilberto Motta, música de Edu Lobo, inspirado no livro de Jorge Amado do mesmo nome, tinha trabalhado na montagem em 1983, nesta época estava grávida da minha filha, Joana.---      obs: Escrevi em Master Copy 20’ do Ballet Gabriela, enviei para o Benesh Institute de Londres com autorização do coreógrafo e foi  aprovado como meu projeto. Inscrito no Catálogo Internacional 1955 a 1985 dos ballets escritos em BMN. Trecho do Ballet publicado na minha monografia do IBMR, 2002.
1988 - Remontagem do Ballet Concerto/ Prokofieff/ Rodrigo Pederneiras, no Theatro Municipal do Rio de janeiro, 1989 em Belo Horizonte, XXI Festival de Inverno UFMG e 1992 no X Festival de Joinville. Registrado em Master Copy  no Benesh Institute de Londres com autorização do coreógrafo. A TV educativa fez uma entrevista durante a remontagem, explicando e mostrando a partitura de ballet. Cecília Kerche e Paulo Rodrigues falam das vantagens de ter um ballet escrito em BMN. A estréia do Ballet foi em 1986, trabalhei junto com o coreógrafo na montagem, levei mais ou menos um ano para escrever em Master Copy o Ballet. Tive a oportunidade na direção de Tatiana Leskova de remontar. Pela primeira vez na história da Dança do Theatro Municipal do Rio de janeiro, uma bailarina brasileira escreve em Benesh Movement Notation, remonta e ensaia um Ballet completo de um coreógrafo também brasileiro que veio se tornar conhecido internacionalmente com sua famosa companhia de dança – Grupo Corpo. Trecho do Ballet publicado na minha monografia do IBMR, 2002. Obs: na época não tínhamos vídeo para dar apoio aos ensaios nas salas.
2000 - Capricho/Niccolo Paganini/ Tíndaro Silvano. Trabalhei com o coreógrafo na montagem, escrevi em BMN, para auxiliar o preparo de um novo cast nos ensaios com Slawa Muchmedow e Boris Storojkov, apresentado XI Congresso de Oftalmologia do Rio de Janeiro e no Aniversário do Theatro Municipal e no Teatro Municipal de Petrópolis.
Porque comecei a remontar ballets:                                     
1980 - Tirei uma licença sem vencimentos para acompanhar marido, fomos morar em Londres. Vi um anuncio no metrô do curso de coreologia, achei interessantíssimo, Tom Macarthur, Technical Director da Royal Ballet, me estimulou a estudar este método de escrita da dança, comecei a tomar as providências necessárias, depois de um ano ganhei uma bolsa de estudos do CNPQ para cursar o Benesh Institute of Choreology e para minha surpresa fiquei grávida do meu primeiro filho, Bruno. Ele nasceu no break da Páscoa, não perdi aula, não podia, não ia conseguir continuar o curso, todo o raciocínio era em cadeia. Minha mãe passou seis meses comigo em Londres para me ajudar com o recém-nascido. “Que Nossa Senhora das Graças proteja todas as mães”. Retornando em 1983, trabalhei como assistente da coreóloga Faith Worth na remontagem de La fille Mal Guardée/ Herold/Sir Frederick Ashton, libreto de Jean Dauber Val. Algum tempo depois fui convidada a mudar de função de bailarina para coreóloga do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, onde permaneço até presente data, escrevendo, ajudando nos ensaios nas montagens e remontagens dos ballets.
Algumas participaçães significativas em montagens e remontagens de Ballets:
1984 - Ópera Orfeu/ G.W.Gluck/Vicente Nebrada, inscrito no Catálogo Internacional dos ballet escritos em BMN 1955 a 1985, e trecho do ballet publicado na minha monografia do IBMR, 2002.
1984 - Gisele/Adolphe Adam/M.Petipa/produção Peter Wright, libreto Theophile Gautier e Vernoy de St. Georges remontado por Debora Champman, 1989 Dennis Bonner ambos coreólogos. Em 1994,1999 e 2000, remontagem de Maria Luíza Noronha, Mise em Scène, Desmond Kelly. Participando dos ensaios.
1985 até a presente data, Ballet Quebra Nozes/ Tchaikosvsky/ grande sucesso da coreógrafa Dalal Achcar, remontagem Maria Luiza Noronha. Inscrito no Catálogo Internacional dos balltes escritos em BMN, 1955 a 1985. Trecho do ballet publicado na minha monografia do IBMR, 2002.
1987 - Ballet Triunfo de Afroidite/Carl Orff/ Milko Sparembleck, participação da remontagem de Jean-Marie Dubrul, com anotações próprias e desenhos que fiz logo depois que dancei em 1978.
1988 – O Logo dos Cisnes/P.T.Tchaikowsky/Petita, Ivanov. Adaptação e montagem Eugênia Feodorova: Anotações em BMN, corpo de baile e solistas do II ATO e IV ATO, ajudei junto com Sônia Villela a remontagem de D. Eugênia em 2003. Trecho do Ballet publicado na minha monografia do IBMR, 2002.
1989 - Quebra Nozes/ Tchaikosvsky/Tatiana Leskova, participando dos ensaios.
1990 - La Sylphide/Jean-Madeleine Schneitzhoeffer/Pierre Lacote. 1997 e 1998 remontado por Elisabeth Platel, escrevi o II Ato, participando dos ensaios.
1990 – Combate/ Rafaello de Banfield/Willian Dollar, remontagem Tatiana Leskova. Fazendo anotações nos ensaios.
1993 - 1999 - Coppélia/Léo Delibes/Henrique Martinez, escrevi para ajudar nos ensaios da Mazurka e Czardas. Trecho do Ballet publicado na minha monografia do IBMR, 2002.
1993 - Messias/ Haendel/Gilberto Motta, trabalhei com o coreógrafo.
1996 - Napoli/Paulli/Bournonville remontado por Jaques Namont, escrevi Pas de Six,  --1998, participando dos ensaios com Sonia Villela.
1997 - Lago dos Cisnes/Piotr Ilich Tchaikovsky, adaptação e remontagem Jean Yves Lormeau.
1997 - O diretor Jean Yves Lormeau, agradeceu a participação junto com o Corpo de Baile aos ensaios do Ballet Le Sacre du Printemp/Igor Stravinsky/Vaslav Nijinshy, libreto Nicolas Roerich (1874-1947) reconstruído em 1996 por Millicent Hodson, participei ativamente anotando as contagens e alguns passos, também traduzindo as explicações  maravilhosas de Millicent, recebendo agradecimentos por escrito da mesma.
1998 - Jeune homme/Amadeus Mozart/Uwe Scholz, escrito e remontado pela coreóloga Tatyana Thierbach. Ana Botafogo estava escalada para dançar Jeune homme e me avisou que Tatjana era coreóloga, me apresentei a ela e comecei a acompanhar os ensaios. Tatjana deixou seu score (partitura de dança) comigo, porque teria que viajar e queria que eu ficasse com Uwe nos ensaios. Num ensaio, ele me chamou para lembrar comigo o lado que a bailarina girava com movimentos de corpo enquanto o bailarino executava o promenade, foi uma experiência bem emocionante. Em 1999 e 2000, ensaiei usando a partitura da colega.
1998 - Magnificat/Bach/Oscar Araiz, assistente Mario Galizzi
1998 – Les Présage/Tchaikowsky/Léonide Massine, reconstrução coreográfica e remontagem Tatiana Leskova, coreóloga, assistente de remontagem Maline Thoors.
2000 - Bela Adormecida/Tchaikovsky/Jean Yves Lormeau com base em Marius Petita, conto de Charles Perrault e gravuras de Gustave Doré, remontado por Jaroslav Slavick e Katerina Slavie, fiz anotações das Dríades para auxiliar nos ensaios com Sônia Villela.
2000 - Nuestros Valses/Teresa Carreño/Vicente Nebrada, remontado por Alfredo Garcia, fiz anotações, participando dos ensaios com Slava Muchanedow e Irene Orazen.
2001 – Lago dos Cines/Piotr Ilich Tchaikovsky/Natalia Makarova, D’Après Petipa e Ivanov. Assistente, Olga Evreinoff, coreóloga Lyn Vella Gatt, pequena participação nos ensaios, trecho do IV ATO criado pela coreógrafa, anotado por mim em BMN, servindo de material de consulta.
2002 – Romeu e Julieta/ Serghei Prokofiev/Vladimir Vasiliev. O drama de Shakespeare, regida pelo lendário maestro, Mstislav Rostropovitch. O Diretor Gustavo Mollajoli, convidou, eu e Boris Storojkov para iniciarmos os ensaios com o corpo de baile, com auxílio de um vídeo, fiz anotações para o trabalho.
2003 – Onegin/Piotr Ilich Tchaikovsky/John Cranko. Ballet criado para nossa querida bailarina Márcia Haydée, que vem sempre acompanhar as remontagens passando seu enorme aprendizado e experiência. Remontagem Jane Bourne e Richard Cragun. Trabalhei com a Jane( coreóloga), traduzindo o inglês, quando era solicitada.
2005 – Criação/Joseph Haydn/Uwe Scholz, foi montado pela primeira pela coreóloga,Tatjana Thierbach, no TMRJ.-----2006 - Eu, Gisele Santoro, Manoel Francisco e nossos ensaiadores, retornamos os ensaios de Criação para o Festival de Dança de Joinville. Tenho uma grande admiração por Tatjana Thierbach, trabalhei na montagem com ela e considero minha irmã alemã.
 2010 – Ópera Romeo e Julieta/Charles Gounod/ Dani Hu, Eric Frederic e Vassili Sulich. - Direção Cênica e Concepção Cenográfica Carla Camurati. --------Participando do elenco com os bailarinos do TMRJ e Companhia Jovem de Ballet do Rio de janeiro e EEDMO.
2011 – Ópera Tosca/Giacomo Puccini/Dani Hu e Vassili Sulich/Direção Cênica: Carla Camurati. Participando do elenco cênico, representando três beatas, com as colegas, Margarida Matheus e Shrirley Pereira.
A EEDMO é por sua excelência, formador de profissicionais de dança de grande categoria, como ex-aluna da escola e coreóloga do TMRJ, venho dando aulas de coreologia com apoio de professores e diretores, conhecimento este, que acredito estimula um estudo e entendimento maior desde uma aula de ballet, solo, pas de deux..., corpo de baile, ensaios, coreografias, montagens e remontagens.                                                                                                                                                                                                                              
Palestras, aulas e publicações sobre Coreologia pelo método Benesh Movement Notation.
De 2009 até a presente data, tenho sido convidada pela professora Beth Oliosi com aprovação da diretora Maria Luiza Noronha, para dar aulas, apresentando a Coreologia pelo método BMN para os alunos da EEDMO. Os alunos se interessam e apreciam muito o método de escrita de dança.
(Rio de Janeiro, 23 de junho de 2016)


Quero agradecer a Elid e Enamar por ter a oportunidade de falar sobre o meu trabalho. Também quero agradecer a minha família, amigos, alunos, colegas bailarinos, professores, ensaiadores, remontadores, maîtres de ballet, coreólogos, coreógrafos, figurinistas, costureiras, maquiadores, perucaria, camareiras, profissionais da área da saúde, porteiros, escritores, compositores, maestros, músicos, cantores, cenógrafos, iluminadores, profissionais ligados ao palco, fotógrafos, cineastas, apoiadores, empresários, patrocinadores, diretores, governadores, presidentes, a todos os profissionais que trabalharam e trabalham no Theatro Municipal do Rio de Janeiro direto ou indiretamente, ao público, EEDMO, ABBR, CMPQ, Instituto de Coreologia BMN, IBMR, UNIRIO e a Deus, que protege todos nós.

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